terça-feira, 24 de setembro de 2013

Biografia de um grande teólogo pentecostal



Nós teólogos assembleianos sabemos da grande dívida que temos com homens como João Kolenda.

Embora muitos queriam satanizar os teólogos, sabemos que a história sempre falará o oposto desses desinformados que nada sabem sobre a Teologia Pentecostal.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Se Jesus É Deus, Por Que Ele Não Sabia o Momento da Sua Segunda Vinda?

Jack Cottrell
PERGUNTA: Se Jesus é parte da Divindade, ou seja, se ele é a encarnação da segunda pessoa da Trindade, por que ele não sabia as datas e horas sugeridas em Mt 24.36 e Mc 13.32?

RESPOSTA: Mt 24.36 fala sobre o dia da segunda vinda: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Mc 13.32 é a passagem paralela afirmando a mesma coisa. Aqui é dito especificamente que Deus Filho, em seu estado encarnado, não sabia o tempo deste evento histórico futuro específico. O fato de que Deus é onisciente, entretanto, significa que seu conhecimento é infinito ou ilimitado. Ele sabe tudo, incluindo todos os detalhes do futuro de sua criação. Este último é chamado de seu pré-conhecimento. Deus é onisciente por natureza, ele não pode NÃO saber tudo, incluindo o futuro. Será que isso significa, então, que Jesus não é divino?

Aqui é importante distinguir entre o conteúdo do conhecimento como tal e a própria consciência das coisas que ele conhece. Deus não apenas sabe tudo; ele está sempre consciente de tudo o que ele sabe. Não somente o conteúdo de seu conhecimento é todo-inclusivo, mas também todos esses dados estão constantemente em primeiro plano em sua consciência. Deus não tem “subconsciência,” por assim dizer. Aqui está uma grande diferença entre Deus e todas as pessoas criadas, incluindo os anjos e os seres humanos. Nós, como criaturas, somos por natureza finitos ou limitados; isto se aplica ao nosso conhecimento. Nenhum ser humano é onisciente ou sabe tudo. Até mesmo os seres humanos mais brilhantes e instruídos conhecem uma quantidade limitada ou finita de fatos. Mas há outra maneira na qual o nosso conhecimento é finito, a saber, somos na verdade plenamente conscientes de apenas uma coisa de cada vez (ou talvez duas). Tudo o que sabemos é guardado em nossos “bancos de memória;” o que estamos na verdade pensando em um determinado momento é dependente de nossas circunstâncias. O que isso significa?

Em primeiro lugar, o conteúdo de nossa consciência é por vezes determinado pelos dados sendo alimentados em nosso cérebro através de nossos sentidos físicos. Isto é, estamos pensando em uma determinada canção porque é o que está no rádio ou tocando em nosso iPod no momento. Na maioria das vezes, no entanto, estamos pensando em uma coisa em particular porque queremos fazer assim. Isso é parte do que queremos dizer com memória. Quando “lembramos” alguma coisa, estamos desejando que ela se eleva de nosso depósito de dados subconsciente para a nossa consciência. A maioria das coisas que “sabemos” está na verdade guardada dessa forma, à espera de algum tipo de estímulo – tal como um ato da vontade – para trazê-las ao nível do pensamento consciente. Por exemplo, eu posso lhe fazer uma pergunta agora mesmo para a qual a resposta é algo que você sem dúvida sabe no nível subconsciente, mas que você pode na verdade não ter pensado a respeito por meses ou anos. Aí vai ela: Qual é o nome de solteira de sua mãe? Ou, qual é o nome de solteira de sua sogra? Este é o tipo de dado que podemos geralmente apenas desejá-lo em nossa consciência. Tal ato da vontade é o que usamos quando estamos fazendo um exame final – embora isso nem sempre funciona! Esse é outro exemplo da finitude do nosso conhecimento, é claro.

Esta distinção entre a consciência constante e completa de Deus de todas as coisas, e a limitação humana de ser consciente de apenas uma coisa de cada vez, ajuda a explicar o que Jesus disse sobre sua falta de conhecimento do tempo da segunda vinda. Nós nunca vamos entender completamente tudo o que esteve envolvido na encarnação de Deus Filho como o Deus-homem, Jesus de Nazaré, mas sabemos que o exercício de alguns de seus atributos divinos se tornou limitado por esse evento (Fl 2.6-7). Ele não foi na verdade despojado de quaisquer desses atributos, mas voluntariamente renunciou ao uso pleno deles neste estado encarnado. Isto obviamente incluía a sua onisciência.

Mas como Jesus poderia, se ele era verdadeiramente Deus, NÃO ser onisciente? A resposta possivelmente está na distinção entre a consciência divina e a consciência humana, como explicado acima. Minha especulação é que um dos resultados da encarnação foi que a consciência de Jesus estava limitada como a de qualquer ser humano, visto que ele só pensava em uma coisa de cada vez, com a opção de alterar o conteúdo de sua consciência conforme ele assim o desejasse. É claro que, sendo Deus e portanto onisciente, seu conhecimento ainda era infinito, no sentido de que ele tinha dados infinitos armazenados em seus “bancos de memória,” por assim dizer. Assim ele tinha todo o conhecimento ao seu comando e podia desejá-lo em sua consciência sempre que assim o quisesse. Por exemplo, ele poderia conhecer o conteúdo do coração de qualquer um (Mc 2.8) e poderia saber o futuro quando escolhesse assim fazê-lo (Jo 13.21, 38).

Mas havia pelo menos uma coisa que Jesus escolheu NÃO desejá-lo em sua consciência, a saber, o tempo de sua segunda vinda. Isso aconteceu, sem dúvida alguma, intencionalmente e é importante que fôssemos informados desta limitação. Quando Jesus disse que não sabia o tempo do fim, e que ninguém senão o Pai sabia, isso significa que é inútil buscar nos Evangelhos mensagens ocultas sobre quando esse fim virá. Deus não quer que saibamos desse detalhe, porque ele quer que estejamos a cada momento preparados para ele.

domingo, 1 de setembro de 2013

A Fé dos Eleitos de Deus

Uma comparação entre a eleição da teologia e a eleição das Escrituras, mostrando os erros da teologia de Agostinho devido ao uso indevido do método de raciocínio de Aristóteles. 20,5 x 14 cm, 160 páginas.


      Do prefácio do livro, escrito por Jim Allen (autor dos comentários de I Timóteo e Apocalipse de série Ritchie). Tenho esperado por este livro há alguns anos. Este livro é também uma resposta à oração. Fico satisfeito em recomendá-lo como um livro indispensável para a compreensão da verdade da eleição, como ensinada nas Escrituras. Há muito que este assunto tem sido evitado por expositores e ensinadores bíblicos por ser muito difícil ou muito polêmico. O resultado, na melhor das hipóteses, é um grave déficit no ministério e, na pior delas, uma concessão à teologia Calvinista, que tem roubado muitos cristãos da graça e verdade de um Evangelho oferecido gratuitamente. Este livro supre este déficit e sugere respostas bíblicas para um ensino não bíblico sobre o grande tema da eleição. Ao desenvolver o assunto, o autor esclarecerá que a confusão na mente de muitos cristãos sobre a soberania divina e a responsabilidade humana, surge por causa de um entendimento falso sobre o ensino bíblico da soberania de Deus. O livro vai além disto, e alerta os cristãos sobre o perigo inerente de aplicar argumentos naturais e lógica humana à revelação divina. Fazer isto leva a conclusões contrárias às Escrituras. A teologia Calvinista é o resultado da aceitação da teologia de Agostinho e do uso do método lógico de raciocínio dedutivo de Aristóteles, produzindo uma falsa teologia, que muitos evangélicos desatentamente aceitam. […] Não importa qual seja o ponto de vista da eleição defendida pelo leitor, este livro não pode ser desconsiderado. O estudo de palavras, as passagens examinadas, os contextos investigados e as conclusões tiradas, tudo, nos convida a um estudo minucioso e recompensará uma consideração imparcial. Existe muita confusão nas mentes de muitos cristãos a respeito da soberania divina e da responsabilidade humana, e alguns chegam a dizer que é melhor evitar este assunto por amor à paz. Fazer isto é o mesmo que se entregar ao obscurantismo e ignorar a revelação divina. Neste livro o autor escreve de modo cortês e afável, levando em consideração os pontos de vista de outros que discordam dele. O tom precisa ser até certo ponto controverso, mas não chega a ser polêmico e nem ofensivo, e isto acrescenta ao valor do livro. Reconhecendo que o ensino Calvinista não é bíblico e, no entanto, tendo visto seus resultados devastadores em vários lugares do mundo, eu não gostaria de ver este ensino destruindo o Evangelho nesta minha terra. Ofereço, sem reservas, o meu apoio a este livro, crendo que Deus o usará para nos fazer considerar o ensino bíblico e para nos trazer, novamente, à liberdade para pregar um Evangelho irrestrito a “todos”. Este livro é publicado com esta oração. Jim Allen, Belfast, Julho de 1999.

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sábado, 31 de agosto de 2013

Deus Odeia o Pecado E o Pecador



Jack Cottrell

UMA QUESTÃO RECENTE: Todos nós já ouvimos o ditado: “Deus ama o pecador, porém odeia o pecado”. Mas será que esse ditado resume a história toda? Seria justo dizer, no mínimo no que diz respeito ao incrédulo, que Deus tanto ama o pecador quanto odeia o pecador?

MINHA RESPOSTA: Eu já respondi essa questão no meu livro, no capítulo sobre “A Santidade de Deus”, na discussão sobre a Ira. Aqui está o trecho em questão[1]:

Às vezes ouvimos dizer que Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. Isso não é verdade. A. H. Strong observa que Deus tanto ama quanto odeia o pecador, ao mesmo tempo: “o detesta quando ele é um vivo e voluntário antagonista da verdade e da santidade, o ama quando ele é uma criatura capaz do bem e arruinado pela sua transgressão”.[2] Em outras palavras, Deus odeia o pecado e Ele também odeia o pecador. “Tu odeia todos os que praticam a iniquidade. Tu destróis aqueles que falam a mentira; o Senhor abomina o homem sanguinário e fraudulento” (Sl 5.5-6). Esta e muitas outras passagens mostram que o ódio de Deus é dirigido contra a pessoa que peca e não apenas o pecado em si. Às vezes apenas uma categoria geral é mencionada. “Todo aquele que age injustamente é abominação ao SENHOR vosso Deus”, diz Dt 25.16. “O SENHOR prova o justo e o ímpio, porém, aquele que ama a violência a Sua alma abomina” (Sl 11.5). As sete coisas que Deus odeia em Pv 6.16-19 incluem “a testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre os irmãos”. Ele também odeia “o perverso de coração” (Pv 11.20), “todo aquele que é orgulhoso de coração” (Pv 16.5), e “aquele que justifica o ímpio ou condena o justo” (Pv 17.15). Outras passagens descrevem o ódio de Deus a pessoas específicas. Lv 20.23 fala de Deus como abominando ou detestando os cananeus. Às vezes o ódio é direcionado contra Israel. Quando o Senhor viu sua idolatria: “Ele estava cheio de ira, e sobremodo aborreceu Israel” (Sl 78.59). “Eu a tenho odiado”, Ele diz (Jr 12.8; confira Os 9.15). Ele também odiou Esaú (Edom), diz Ml 1.3 (cf. Rm 9.13).

Nós não devemos tomar estas passagens superficialmente. Ser odiado pelo Deus Santo é uma coisa assustadora e terrível. A palavra do Antigo Testamento traduzida por “odiar” expressa “uma atitude emocional em relação a pessoas e coisas que são opostas, detestadas, desprezadas e com as quais não se deseja ter nenhum contato ou relacionamento. É, portanto, o oposto do amor. Enquanto o amor atrai e une, o ódio separa e mantém a distância. Os odiados e aspessoas que odeiam são considerados adversários ou inimigos, bem como são consideradas detestáveis e completamente repugnantes”.[3] Será que poderia haver algo mais terrível do que ouvir Deus dizer: “Eu te odeio”?

No entanto, devemos lembrar que Deus odeia o pecador E AMA O PECADOR ao mesmo tempo! Isto é o que eu chamo de uma “terrível tensão” dentro da natureza de Deus, uma tensão que SOMENTE pode ser resolvida através da encarnação do Filho de Deus e do Seu auto-sacrifício propiciatório na cruz. Na morte de Cristo como nosso substituto, tanto a ira de Deus contra os pecadores quanto o seu amor pelos pecadores são perfeitamente expressos e cumpridos.


Tradução: Cloves Rocha dos Santos


[1] Jack Cottrell, What the Bible Says About God the Redeemer – O Que a Bíblia diz Sobre Deus, O Redentor, (Wipf & Stock Publishers, 2001), 286-287.
[2] Augustus Hopkins Strong, Teologia Sistemática (São Paulo: Hagnos, 2007), Vol. I, 510- 511.
[3] Gerard Van Groningen, Theological Wordbook of the Old Testament – Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Volume II. (Moody Publishers; edição em 2 volumes, junho de 1980), 880.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A mulher e o dragão



Situação da nação israelense e do mundo nos leva a refletir acerca das profecias bíblicas. De acordo com o texto profético acima, os acontecimentos escatológicos giram em torno de Israel e das outras nações, chamadas por Jesus de figueira e árvores. Em Apocalipse 12, o apóstolo João descreve uma visão que abrange o passado, o presente e o futuro do povo israelita. O objetivo deste artigo é analisar este importante texto, que apresenta, ainda, um resumo do plano de Deus para salvar a humanidade, enfatizando os constantes ataques do inimigo ao povo escolhido por Deus, ao longo dos séculos. Para que o texto em questão seja melhor entendido, é preciso ter em mente a ordem dos principais acontecimentos escatológicos.




A ordem dos acontecimentos escatológicos



a) Arrebatamento da Igreja – este acontecimento, que dá início a uma série de eventos escatológicos, é a primeira parte da segunda vinda de Cristo e ocorrerá rapidamente, num abrir e fechar de olhos (I Co 15:51,52). Somente os salvos verão a Jesus nessa ocasião (I Ts 4:16,17).



b) Tribunal de Cristo – dar-se-á em algum lugar, nos ares (Ap 22:12; Mt 16:27), e somente os salvos participarão deste julgamento, que conferirá galardões de acordo com o trabalho prestado a Deus, na terra (II Co 5:10; I Co 3:12-15).



c) Bodas do Cordeiro – será uma grande festa no céu, com a participação dos santos galardoados de todas as épocas (Ap 19:7; Mt 8:11).



d) Grande Tribulação – acontecerá na terra em um período de sete anos marcado pelo domínio da tríade satânica e por terríveis juízos divinos (Dn 9:27; Ap 7:14; 16:13).



e) Vinda de Cristo em Poder e Grande Glória – trata-se da segunda etapa da vinda de Cristo (Mt 24.30; Zc 14.4), através da qual livrará Israel do exército anticristão (Ap 16.16; 17.14), lançará as duas bestas no lago de fogo (Ap 19.19,20), prenderá Satanás por mil anos (Ap 20.1,2), julgará as nações segundo o tratamento dispensado ao povo israelita e estabelecerá o Milênio na terra (Mt 25.31-46).



f) Milênio – será o reino milenial de Cristo, do qual participarão os santos glorificados, os povos absolvidos no julgamento das nações e as pessoas nascidas no período de mil anos (Ap 20.1-6). g) Revolta de Satanás – após o Milênio, o inimigo será solto e enganará as nações, mas será destruído pelo Senhor e fará companhia ao anticristo e ao falso profeta no lago de fogo (Ap 20.7-10).



h) Juízo Final – todos os mortos cujos nomes não constarem do livro da vida comparecerão diante do Trono Branco para receberem a sentença de condenação (Ap 20.11-15). Será o último acontecimento escatológico, visto que, depois dele, tudo será glória eterna, com Cristo (Ap 21; 22). Aleluia!



A mulher vestida do sol



Os protagonistas do texto de Apocalipse 12 são a mulher e o dragão:



“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”, v. 1.



“E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas”, v. 3.



Há muitas teorias a respeito da mulher vestida do sol. Para o catolicismo romano, ela é Maria, mãe de Jesus, enquanto a Ciência Cristã assevera que se trata de Mary Baker Eddy, fundadora desta seita. Alguns teólogos dizem que se trata da Igreja. Mas todas essas afirmações não passam de especulações desprovidas de embasamento contextual.



Não há dúvidas, à luz do contexto, de que a mulher seja Israel. O versículo 17 da passagem em análise mostra que o diabo fará guerra “ao resto da sua semente”, uma referência clara ao remanescente israelita: “Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo”, Rm 9.27.



Analisemos as características da mulher:



a) Vestida do sol – representa a glória do Senhor que tem envolvido o povo israelita ao longo dos séculos (Cf. Sl 84.11; 104.1,2; Ml 4.2).



b) Tem a lua debaixo dos seus pés - isto se refere à supremacia de Israel como nação escolhida: “Porque povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há”, Dt 7:6.



c) Tem uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça - trata-se de uma alusão aos patriarcas, que deram origem às doze tribos formadoras do povo de Israel (Gn 37.9).



d) Grávida, já com dores de parto, gritando com ânsias de dar à luz - isto mostra que o privilégio de ser escolhido como nação de onde surgiu o Messias trouxe e trará a Israel experiências dolorosas: “Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó SENHOR!”, Is 26:17.



Alguns teólogos afirmam que o filho da mulher representa a Igreja, ou os mártires, ou os 144.000 judeus selados durante a Grande Tribulação. Entretanto, o contexto geral (Sl 2.9; Ap 2.27) e o versículo 5 do texto em análise deixam claro que se trata de Jesus Cristo: “E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.”



Quem é o dragão?



O dragão não pode ser outro, senão o diabo, que é apresentado ao longo das páginas sagradas como: leão (I Pe 5:8; Sl 91:13), serpente (v. 9; Gn 3:15) e dragão (Ap 20.2).



Vejamos as características desse personagem:



a) Grande - isto prova que o inimigo, como “deus deste século” (2 Co 4.4), possui grande força (Lc 10.19).



b) Vermelho - numa tradução literal, “avermelhado como fogo”, o que representa a sua atuação sangüinária (Cf. Ap 6.4; Jo 10.10). Esta cor também está associada ao pecado (Is 1.18). Nesse caso, o diabo é aquele que peca desde o princípio e induz as pessoas a pecarem (Jo 8.44).



c) Possui dez chifres - isto, analisado à luz da escatologia bíblica, representa os dez reinos que formarão a base do império anticristão: “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta”, Ap 17.12. Leia também Daniel 7.24.



d) Tem sete cabeças com sete diademas - significam a plena autoridade que o diabo exercerá sobre os reinos da terra. A semelhança com a besta enfatiza que esta terá o poder do dragão, como se lê em Apocalipse 13.2: “... e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.



e) Possui uma grande cauda - refere-se à sua astúcia e ao seu baixo caráter (Cf. Is 9.15) para levar consigo a terça parte dos anjos que não guardaram o seu principado (II Pe 2:4; Jd 6).



O diabo fracassa



No versículo 4, está escrito que o dragão “parou diante da mulher (...), para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”, mas não conseguiu fazer mal ao menino. Desde o princípio, o inimigo lutou contra Israel, pois sabia que, neste país, nasceria o Messias. Ele não frustrou o plano de Deus (Jo 3:16; Gl 4:4,5), apesar de suas muitas tentativas:



a) Caim matou Abel, mas Sete deu continuidade à linhagem santa (Gn 4; 5).



b) Nos dias de Moisés, Faraó mandou matar os meninos israelitas, mas Deus preservou muitos com vida, inclusive o próprio Moisés, que tornou-se o libertador do povo israelita (Êx 1).



c) Saul, o primeiro rei de Israel, endemoninhado, tentou matar a Davi, pois o diabo sabia que o Messias seria descendente do trono davídico. Deus mais uma vez frustrou o plano maligno guardando a vida de seu servo (1 Sm 18.10,11).



d) O inimigo usou a rainha Atalia para matar a todos os herdeiros do trono davídico. Mas o futuro rei Joás foi escondido por sua tia, e, aos sete anos, assumiu o reinado de Judá (II Rs 11).



e) Já nos tempos neotestamentários, Herodes intentou matar o menino Jesus, mas Deus avisou os magos e, posteriormente, José, que levou o menino para o Egito (Mt 2).



f) O inimigo tentou ao Senhor, mas ouviu por três vezes a poderosa declaração: “Está escrito” (Mt 4:1-11), e foi vencido pela Palavra de Deus!



g) Numa tentativa de impedir que Jesus chegasse à cruz, o diabo procurou matá-lo antes em Nazaré. Milagrosamente, o Senhor escapou, “passando pelo meio deles...” (Lc 4:17-30).



h) Influenciou Pedro a fazer Jesus desistir de sua obra redentora, ouvindo a seguinte resposta: “Para trás de mim, Satanás” (Mt 16:22,23).



i) No Gólgota, tentou convencer Jesus a descer do madeiro (Mt 27.40-42; Lc 23.39), pois sabia do poder que há no sangue da cruz (1 Pe 1.18,19; Cl 2.14,15; Hb 2.14,15). Glória a Deus, pois todas essas tentativas diabólicas foram frustradas!



A vitória de Cristo e dos seus santos



Como dissemos na introdução deste artigo, a narrativa em foco abrange passado, presente e futuro. O versículo 5 menciona a ascensão de Cristo às alturas, após a sua vitória na cruz e a sua ressurreição para a nossa justificação: “... foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Mas a visão apresenta também as conseqüências dessa vitória de Cristo no futuro.



Após o arrebatamento da Igreja, haverá uma batalha no céu. Liderados por Miguel, o arcanjo (Jd v. 9; I Ts 4:16), encarregado de proteger a Israel (Dn 12:1), os anjos de Cristo prevalecerão contra os anjos do diabo: “E houve batalha no céu: Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus”, vv. 7-9.



Os anjos do inimigo, apresentados como a terça parte das estrelas do céu, serão lançados sobre a terra pelos anjos de Deus (v. 4). Hoje, os anjos do mal habitam as regiões celestiais (Ef 2:2; 6:12). Por ocasião da Grande Tribulação, terão uma atuação mais direta sobre os moradores da terra.



No versículo 9, o dragão é expulso das regiões celestiais: “... foi precipitado o grande dragão”. Satanás já está julgado (Jo 16:8-11), e a sua carreira está em descensão. Quando quis se igualar a Deus, foi precipitado dos céus para os ares (Is 4:12; Ef 2:2). Na Grande Tribulação, será lançado na terra (v. 12). No Milênio, ficará preso no abismo (Ap 20:1-7). E, depois disso, será lançado no lago de fogo (Rm 16:20; Ap 20:10).



Mas a precipitação do inimigo à terra trará grande prejuízo ao mundo. A tríade satânica (Ap 13; 20:10), formada por dragão, anticristo (primeira besta) e falso profeta (segunda besta), se estabelecerá com muita força: “Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”, v. 12.



Enquanto isso haverá grande alegria nos céus (v. 12). Hoje, o diabo tem um relativo acesso à presença de Deus para acusar os seus servos (Jó 1;2; Zc 3), mas isso, então, não mais acontecerá (v. 10). Todos os santos arrebatados e os que morrerem durante a Grande Tribulação estarão diante do Cordeiro, pois “... eles venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte”, v. 11.



A fuga da mulher para o deserto



Na segunda metade da Grande Tribulação, o diabo perseguirá a mulher, isto é, Israel: “Quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher (...). E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente”, vv. 13,15.



Os versículos 16-18, na versão Atualizada, de Almeida, que, nesse caso, traduz melhor o que está registrado no texto grego, mostram que Israel estará seguro, enquanto o inimigo ficará parado sobre a areia do mar sem poder prosseguir com seus intentos. Deus protegerá a Israel: “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias”, v. 6.



A expressão “mil duzentos e sessenta dias” se refere à última etapa da Grande Tribulação (três anos e meio), quando o anticristo se levantará contra Israel. Este período final é apresentado como:



a) 1260 dias (Ap 11:3) - usando-se o número de 360 dias para cada ano, empregado no calendário judaico (1260 / 360), temos três anos e meio.



b) 42 meses (Ap 11.2; 13.5) - dividindo-se pelo número de meses do ano (42 / 12), temos, igualmente, três anos e meio.



c) Um tempo, tempos e metade de um tempo (v. 14; Dn 7:25; 12:7) – a palavra “tempo” corresponde a um ano, e “tempos” a dois anos. Ou seja, três anos e meio.



Como Deus protegerá a mulher



“E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente”, v.14. Estas asas de águia representam a direção de Deus (Cf. Êx 19.4), através da qual Israel será levado para um lugar seguro, onde estará protegido do dragão (Sl 27:5; 91:1,4).



O inimigo lançará uma corrente de água contra a mulher (v. 15). Na simbologia profética, águas representam reinos (Is 8:7; Ap 17:15). Isto mostra que os exércitos do anticristo marcharão contra Israel (Ap 16:12,16). Mas o Espírito do Senhor arvorará contra eles a sua bandeira (Is 59.19). A mulher também terá ajuda da terra (v. 16), isto é, dos povos que estarão ao lado de Israel (Mt 25:34-40).



Quando o remanescente de Israel estiver cercado, por ocasião da batalha do Armagedom (v. 17; Ap 16:16), o diabo terá de parar “sobre a areia do mar” (v. 18, Atualizada, de Almeida), pois o próprio Jesus virá em glória para vencer os inimigos de Israel com o assopro da sua boca e prender Satanás por mil anos (II Ts 2:8; Ap 19:19-21; 20:1-3).



Tudo isso acontecerá! Estejamos, pois, preparados para as últimas coisas e exclamemoscom inteira certeza: “Ora, vem, Senhor Jesus”, Ap 
22:20.



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Pastor Carlos Cardoso

Como se libertar do vício sexual e da pornografia

Pastor José Gonçalves
O sexo se tornou o deus desta era! Escândalos sexuais envolvendo pastores, padres ou líderes religiosos sempre aconteceram na história das religiões. Isso, portanto, não é nenhuma novidade nem tampouco motivo para admiração. Todavia não podemos negar que relatos onde é denunciados o envolvimento de religiosos, inclusive pastores, em práticas sexuais ilícitas têm aumentado em escala geométrica. As cifras já alcançam proporções assustadoras. Agora mesmo quando escrevo este capítulo um famoso blogueiro está expondo na sua página a prisão de um pastor acusado de pedofilia. Ele faz questão de mostrar que se trata de um “pastor da Assembleia de Deus”. Isso é uma observação desnecessária, bairrista e tola, pois batistas, presbiterianos, metodistas e todos os ramos do protestantismo e também do catolicismo, inclusive da confissão de fé desse blogueiro, tem experimentado o gosto amargo advindo com a queda de seus clérigos. 
Depois que escrevi em 2006 o livro: Por que Caem os Valentes?, tenho recebido dezenas de e-mails de crentes, muitos deles pastores, contando suas tentações ou  narrando alguma aventura sexual que tiveram. Não estou aqui me referindo a uma simples tentação sexual, pois acredito que todos nós estamos sujeitos a ser tentados. Refiro-me a algumas práticas que são chocantes e que de tão sórdidas que são, fica até mesmo difícil de acreditar que as pessoas envolvidas nesses relatos sejam de fato crentes nascidos de novo. Os relatos incluem desde a existência de um “simples caso” até mesmo a prática de pedofilia. Em um deles o amado irmão que me escreveu detalhou a sua odisseia. Narrou que logo após seu casamento envolveu-se com uma antiga namorada e também com a esposa de um parente próximo. Chegou ao fundo do poço quando descobriu que estava assediando uma menina de onze anos. Arrependeu-se, mas as suas palavras demonstram que continua com feridas profundas na alma!
O que então está errado com a sexualidade dos evangélicos hoje? De início podemos afirmar sem medo de errar que é muito mais fácil pecar hoje do que ontem. É mais fácil cometer algum pecado sexual hoje do que há vinte anos passados. Quando me converti ao evangelho, por exemplo, no inicio dos anos oitenta, o acesso a uma revista masculina era muito mais difícil para quem era menor de idade. Alem da embalagem plástica que protegia o periódico, havia também uma tarjeta onde se lia: proibido para menores de dezoito anos!Com o advento da Internet esse fraco muro de proteção foi implodido e o acesso ao caudaloso rio da pornografia está à disposição de crianças, adultos e velhos. Evidentemente que as mídias sociais: Orkut, Facebook  e  MSN, apenas para citar os mais populares, pontencializaram em muito a possibilidade de alguém se prender nas teias da tentação sexual. Não é mais novidade alguma que a Internet se tornou a grande confidente de homens e mulheres que estão vivendo alguma desilusão nos seus casamentos. A porta está escancarada para uma aventura sexual.
Foi isso que ouvi de um colega pastor quando estive pregando em um outro estado da federação (Ouvi algo incrivelmente semelhante em meu estado). Contou-me que acabara de ver um lar sendo desfeito por conta de um caso extraconjugal envolvendo membros de sua igreja. Segundo me disse, o esposo o procurou para relatar o que havia descoberto no histórico das redes sócias visitadas por sua esposa. Desconfiado do comportamento de sua esposa, aquele irmão contratou um racker  para instalar um programa espião em seu computador e assim acompanhar as páginas que a sua esposa visitava na Internet. Foi ai que descobriu que a ela havia se envolvido com um outro homem, inclusive se despindo em frente de sua webcam para o seu amante virtual.  O amante virtual se tornou real e o casamento, que começou como um ideal desabou!
Como vimos o advento das mídias eletrônicas e a criação do seu universo virtual, de uma forma mais específica com a criação das redes sociais tais como: Orkut, Face book, MSN,etc., cresceu em proporção geométrica as possibilidades de alguém vir a ter um “caso”extraconjugal. As estatísticas mostram que de fato isso já está acontecendo. Cresce a cada dia o número de lares desfeitos, e com eles um conjunto de consequências nefastas para a sociedade, por conta da infidelidade conjugal. As igrejas também tem sofrido o efeito desse mal.
Convém dizer, no entanto, que a infidelidade conjugal não é algo novo. Sendo a sexualidade algo intrínseca do próprio ser humano, o desejo por satisfação sexual acompanha tanto o homem como a mulher. A forma de expressar esse desejo é que é o X da questão. Para o mundo não há regras, mas para o povo de Deus as Escrituras demarcam com precisão em que espaço isso deve acontecer – dentro do casamento legitimamente instituído por Deus. É exatamente aqui que encontraremos os conselhos da sabedoria bíblica para nos orientar contra as intrusões que procuram destruir a vida do casal.
Sábios conselhos sobre a sexualidade humana
É uma dádiva divina

Uma boa parte dos conselhos de Salomão diz respeito a sexualidade humana e a sua forma correta de expressão. Assim sendo ele dedicou boa parte de três capítulos do seu livro para falar de uma forma profunda sobre o sexo e os desvios aos quais ele está sujeito (Pv 5.1-23; 6.20-35; 7.1-27; 9.13-18). Nestes provérbios há dezenas de máximas que são verdadeiras pérolas que deverão servir de adorno a um relacionamento saudável.
O sábio, quando ainda discorria sobre os perigos da infidelidade conjugal em Pv 5.1-23, adverte: “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele considera todas as suas veredas” (Pv 5.21). O sexo, incluindo a sua forma correta de expressá-lo, é algo que interessa ao Criador. O Senhor “considera todas as suas veredas”, demonstra um claro cuidado de Deus pelo exercício correto da sexualidade. O sexo é uma criação divina e como tal é uma dádiva à humanidade. Deus considera os caminhos do homem e isso inclui a sua forma de conduzir a sua sexualidade. Não, o sexo não é algo mau ou maligno, ele é divino e, portanto, é também espiritual (1 Pe 3.7)

É algo também humano

Ao dar início a sua coletânea de conselhos como evitar as intrusões na vida conjugal, Salomão chama a atenção do seu “filho”: “Filho meu, atende a minha sabedoria; á minha inteligência inclina os ouvidos para que conserves  a discrição, e os teus lábios guardem o conhecimento” (Pv 5.1). Aqui o texto hebraico de Provérbios tem a palavraben, traduzida em nossas Bíblias como “filho”. Essa mesma expressão ocorre também nas advertências contra o adultério nos seguintes textos: Pv. 6.20; 7.1. Essa palavra pode se referir a um filho biológico como também a um discípulo. Em todos os casos, a exortação é dirigida a alguém que é humano. Somos humanos e o sexo faz parte de nossa natureza humana e é por isso que estamos sujeitos à tentação! No céu na haverá necessidade da expressão sexual (Mt 22.30) por isso devemos buscar expressar nossa sexualidade com amor dentro dos limites estabelecidos pelo criador.


Sábios conselhos para entender as causas da infidelidade
Concupiscência, luxúria e desejo descontrolado

Um fato interessante logo salta aos olhos de quem ler os conselhos contra a mulher adúltera no livro de Provérbios – não há referência ao diabo nessas advertências! O sábio parece não responsabilizar o anjo caído pelo fracasso moral de alguém, mas põe toda responsabilidade naquele a quem chama de “filho meu”. Não há dúvida que o diabo já existia antes de Salomão e também nos dias dele. Foi Satanás quem incitou Davi a levantar o censo muito antes de Salomão subir ao trono (1 Crônicas 21.1; 2 Sm 24.1), e com certeza Salomão sabia disso. Mas mesmo assim ele nos responsabiliza. Somos agentes morais livres. Temos o poder de escolher o bem ou o mal. Temos desejos tanto bons como ruins e são esses desejos (cobiça) pecaminosos ou concupiscências que nos levam a queda!  É por isso que o sábio aconselha: “Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender por suas olhadelas” (Pv 6.25, veja ainda Gl 5.16).
Ao escrever sobre a natureza da concupiscência, o psiquiatra cristão John White afirmou: “O desejo legítimo dado por Deus se transforma em luxúria no momento em que fizemos dele um deus. Adorar comida é luxúria. A preocupação neurótica em dormir também. A escravidão às sensações eróticas representam a luxúria sexual”.[1]
Ainda segundo White, “o sexo pode ser um anseio quando o amor e o desejo sexual estão separados. Faz pouca diferença a forma da atividade – sexo heterossexual dentro do casamento, ou qualquer outro prazer erótico. Quando amor e desejo sexual não estão juntos (situação extremamente comum), o erotismo assemelha-se ao manjar turco mágico de Edmundo. Ao final, o anseio leva a formas de sexo ilícitas ou patológicas. O mal atinge seu objetivo. Caímos em desejos que nos deixam viciados em pornografia, masturbação, necessidade excessiva de relações sexuais (hetero ou homossexuais), molestamento de crianças e todas as formas de perversão. Ponto comum em tudo isso é uma fome que nunca se aplaca, que deixa o individuo mais vazio do antes”.[2]

Carências

Atente para o texto seguinte: “Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ribeiros de águas? Sejam para ti somente e não para os estranhos contigo.” (Pv 5.15-17). O sábio usa algumas metáforas para dar conselhos de como deve ser a vida sexual do casal.   “Bebe a água da tua própria cisterna”. Isso mostra que o sexo não deve ser praticado apenas como um dever que um dos cônjuges deve ao outro (1 Co 7. 3), mas como algo prazeroso assim como é prazeroso se beber água! Quando esse princípio não é observado então um dos cônjuges ficará com a sensação de que alguma coisa está faltando! E está mesmo! Infelizmente muitos vão buscar noutra fonte a água para matar essa sede: “Vem, embriaguemo-nos com as delícias do amor, até pela manhã; gozemos amores” (Pv 7.18).
O escritor Harry W. Schaumburg, observa que o sexo sem amor, além de gerar um vicio sexual, acaba por criar uma falsa intimidade:“Isso é essencialmente uma ilusão criada pela própria pessoa para ajudá-la a evitar a dor inerente à intimidade real. A falsa intimidade pode ser tão superficial quanto um marido olhar a esposa e imaginá-la como tendo longos e lindos cabelos castanhos. Algo muito mais profundo encontra-se refletido em sua imaginação. Simplificando, ele deseja mais do que tem e demonstra perceber a falta de algo. A falsa intimidade está sempre presente no vicio sexual. A pessoa que é sexualmente revoltada tem um estilo próprio de aversão sexual. Sexo, para ela, é consumidor, pois precisa ser evitado a todo custo. A pessoa que é sexualmente obcecada, por outro lado, vive para o prazer sexual. O sexo também aqui é consumidor, pois precisa se obtido de qualquer modo”.[3]

Sábios conselhos sobre as consequências da infidelidade
Destruição da comunhão familiar

Uma das primeiras consequências da infidelidade conjugal é a total desestruturação da família. O Sábio avisa que o “fim dela é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes” (Pv 5.4). Esse fim amargoso respingará nas famílias envolvidas. O sentimento de vingança estará bem presente no cônjuge traído: “O ciúme excita o furor do marido; e não terá compaixão no dia da vingança” (Pv 6.34). Por outro lado, “acharás acoites e infâmia, e o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.33). Se pensássemos que a infidelidade conjugal produz uma nódoa que jamais se apagará, teríamos mais cuidado quando lidássemos com o sexo oposto. Mas Deus não perdoa quem cometeu esse pecado? Sem dúvida que perdoa, mas as consequências ficam! Uma delas é a honra que nunca mais será restabelecida: “para que não dês a outro a tua honra” (Pv 5.9).

Destruição da comunhão com Deus
É trágico quando alguém perde a comunhão familiar por conta de um relacionamento extraconjugal, todavia é mais trágico ainda saber que a comunhão com Deus foi perdida. Salomão sabe desse fato e por isso aconselhou: “Eles, porém, não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno” (Pv 9.18). A palavra hebraica usada aqui para inferno é sheol, e designa o mundo dos mortos. De fato a expressão “ali estão os mortos” no hebraico significa: espíritos dos mortos ou região das sombras. O Novo Testamento alerta que os adúlteros ficarão de fora do reino de Deus (1 Co 6.9). O que tudo isso quer dizer? Significa que essa será a consequência que sofrerá quem cometeu esse pecado e não se arrependeu! Por isso tenha muito cuidado com o que é proibido, pois parece mais excitante e mais doce, mas leva à morte (Pv 9.17).

Sábios conselhos como se prevenir contra a infidelidade

Sexo com intimidade

Já estou no ministério pastoral de tempo integral há quase uma década e meia e nesses anos tenho trabalhado diuturnamente com casais. Usando uma técnica simples na terapia com casais descobri que uma grande percentagem dos casais fazem sexo, mas o fazem sem intimidade alguma! Há sexo, mas não há amor. Há coito, mas não há intimidade! Observe o conselho de Salomão quanto a isso: “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias. Por que, filho meu, andarias cego pela estranha e abraçarias o peito de outra?” (Pv 5.18-20). Há maridos que não demonstram o mínimo afeto com a esposa e vice-versa. Deus criou o sexo para ser desfrutado com afeto, amor e intimidade. Sem isso o relacionamento sexual não atende aos propósitos divinos.
A intimidade sexual permite que os cônjuges vivam um relacionamento sadio, conforme o plano idealizado por Deus para eles. “Esta é intimidade sexual e relacional que dois cônjuges compartilham dentro de seu matrimonio comprometido, amoroso. As dúvidas sobre si mesmos existem, mas o casal se comunica e se deleita um no outro relacional e sexualmente. Considerando a realidade de um mundo de relacionamentos imperfeitos, ambos os cônjuges enfrenta decepções. Dentro do gozo da intimidade real, experimentam o temor de se exporem, o medo de abandono, o medo da perda de controle e o medo de seus respectivos desejos sexuais. Em sua expressão sexual, ambos são dependentes do que  o outro cônjuge fará e abertos a isso”.[4]

Apego à palavra de Deus e disciplina

Como o antídoto contra a infidelidade, Salomão aconselha o apego à palavra de Deus e a disciplina: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao pescoço. Quando caminhares, isso te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo. Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida; para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia” (Pv 6.20-24).[5]
Visando um maior controle sobre o uso das mídias eletrônicas, aconselho:
1.                  Evite acessar o computador quando estiver sozinho. O ideal é que o limite do cristão seja interior e não exterior (Gl 5.16). Todavia essa prática é importante até que o domínio próprio se torne um hábito (1 Cor 6.12). Quando o cristão aprende a andar no Espírito, então ele terá o domínio necessário para navegar na rede tanto na presença de alguém como na ausência (Rm 8.13).
2.                  Evite programas de auditório ou reality shows onde é explorada a sensualidade, por exemplo, Big Brother, A Fazenda. Pode ser apenas um programa de auditório, como esses exibidos nas tardes de domingo onde há a presença de uma sensualidade legalizada. Podemos incluir aqui programas como Pânico na TV. Parece um excesso de zelo, mas não é. Se você não se prevenir, essa sensualidade legal acabará por levá-lo para o pecado sexual.
3.                  Eugene Getz aconselha a cancelar a sua TV por assinatura! Eu já fiz isso quando descobri que naquela prestadora de serviços havia canais, que mesmo não sendo “adultos”, faziam publicidade erótica para aqueles que eram de fato consideradossexy hot. Posteriormente contratei os serviços de uma TV por assinatura com programação voltada mais para a família.
4.                  Evite bancas de revistas e locadoras de vídeos destinados à promoção desse tipo de material.
5.                  Renove a sua mente diariamente pela leitura da palavra de Deus.
6.                  Desenvolva o hábito da oração. Lembre-se que essa é uma guerra espiritual e por trás desses vícios há demônios querendo escravizá-lo.
7.                  Desenvolva relacionamentos fortes com quem pode ajudá-lo na intercessão. Peça ajuda a um amigo ou amiga que você sabe que é alguém com um ministério de intercessão.
8.                  Evite salas de bate-bapo com pessoas desconhecidas. E quando se tratar de amigos ou amigas evite criar um vinculo emocional onde as garras da tentação sexual possam ser fincadas em você. Nesse tipo de conversa deixe bem claro que você é uma pessoal fiel a Deus.
9.                  Tenha cuidado quando se hospedar em algum hotel. Geralmente esses hotéis possuem TV a cabo com dezenas de canais disponíveis. É possível que dentre um deles você encontre algum que promova a impureza sexual. Um grande amigo meu e um dos maiores pregadores do Brasil, disse-me que quando está hospedado em um hotel e se depara com um desses canais que fazem promoção do sexo, ele simplesmente passa imediatamente para um outro ou desliga a TV. Uma demora aqui costuma ser fatal.
10.              Vigie o seu celular e Ipad. O acesso ao mundo virtual através dessas máquinas pode se tornar um tropeço para você.
11.              Arrependa-se se você se expôs à pornografia. Vigie e não permita que isso se torne um hábito. Exponha diante do Senhor toda atitude, pensamentos ou práticas que demonstre inclinação para a impureza sexual. Não deixe esse tipo de entulho acumular em sua mente.
12.              Vigie o seu vocabulário, inclusive piadas quentes. Muitas vezes as palavras revelam o que está por dentro do indivíduo.
13.              Lembre-se: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Cor 10.13).
14.              Ande no Espírito e você jamais irá satisfazer os desejos impuros da carne (Gl 5.16).
Vimos que a fidelidade conjugal é o que Deus idealizou para seus filhos.  a realidade da tentação somados à natureza adâmica que herdamos fazem com que a possibilidade de não vivermos esse ideal seja algo bem real. Todavia o Senhor nos deixou a sua palavra com dezenas de conselhos para nos prevenir para não cairmos nesse abismo. 

(texto extraído do livro de minha autoria: Sábios Conselhos Para Um Viver Vitorioso (CPAD, 2013). 


Notas





[1] WHITE, Jonh. O Eros Redimido – ABU, Rio de Janeiro, 2004.
[2] WHITE, John. Idem. P.99.
[3] SCHAUMBURG, Harry W. Falsa Intimidade – vencendo a luta contra o vício sexual. Ed. Mundo Cristão, São Paulo, 1995.  
[4] SCHUMBURG, Harry W. Falsa Intimidade – vencendo a luta contra o vício sexual.Editora Mundo Cristão. São Paulo, 1995.
[5] Observe essas orientações que o pastor Edison Queirós dar para o líder casado:  A)Trate o sexo oposto com a devida distância. Cuidado com beijinhos e toques de mão; b) Evite estar sozinho com uma pessoa do sexo oposto; c)Evite andar de carro com uma pessoa do sexo oposto (desde que não seja sua esposa ou parente), para evitar a aparência do mal; d)Escolha um modelo de porta para o seu gabinete pastoral que contenha uma parte em vido transparente; e) Ouça a sua esposa.